como espaço para encontros possíveis, a exposição toma como premissa a relação entre as proposições artísticas e a recepção pelo público. As obras apresentadas foram marcos fundamentais na carreira de Abramović e intrínsecas à criação do Marina Abramović Institute – MAI. Ao longo da última década, Marina Abramović apresentou três performances seminais: The House with
catalisadoras de uma virada na prática artística de Abramović: uma mudança na posição do público dentro de seu trabalho. Durante The House with the Ocean View, um contato visual direto entre performer e espectador foi estabelecido; em The Artist Is Present, o público foi posicionado
Os Transitory Objects for Human Use [Objetos Transitórios para Uso Humano] foram criados entre os anos 1990 e o final dos anos 2000. Esses objetos apresentam a introdução do processo dentro da prática de Marina Abramović, no qual ela convida o público a interagir com os objetos de acordo com suas instruções. Consequentemente, cada participante se conecta com a proposta da artista por meio de sua própria experiência pessoal. Isto requer que o público se mova num ritmo diferente, criando um distanciamento em relação à experiência usual dos espaços de arte ou mesmo da vida cotidiana. Leva tempo para permitir-se sentir a energia do
espaço. Esses objetos, em sua maioria, são feitos inteiramente de – ou contêm – cristais, irradiadores pontuais de energia.
Um conjunto de vídeos apresenta o registro de performances de Abramović e disponibiliza um raro material de arquivo. Marina Abramović sempre gravou suas performances com o intuito de democratizar sua obra e tornar esses eventos efêmeros acessíveis ao público. Buscando uma maneira de mostrar fielmente os efeitos da duração numa performance, a artista desenvolveu um exercício constante de tentativa e erro na busca por proporcionar uma nova experiência performática através do vídeo.
Essa exposição apresenta Video Portrait Gallery [Galeria de
Retratos em Vídeo], uma instalação de vídeo com catorze monitores monocanal e uma seleção de vídeos históricos que incluem suas primeiras obras da década de 1970, uma série de colaborações com seu parceiro Ulay Lay- siepen nos anos 1980, com destaque para The Lovers: Great Wall Walk [Os Amantes: Caminhada na Grande Muralha], e uma obra solo posterior. Uma prática artística que é aberta à variação, ao acaso e à diversidade vem sendo construída progressivamente por Abramović. A tentativa de viver o momento presente, o aqui-agora, é um foco claro que perpassa todas as obras apresentadas na exposição.
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